domingo, 11 de outubro de 2015

A China, o universo explorado por Christine Marote

Odete Soares  Rangel

Soube sobre o blog de Christine Marote, chamado China em minha vida, através de uma amiga que mora em Hong Kong e é sua amiga. Angélica me indicou o blog, li alguns posts e a cada um que leio, acho ainda mais interessante.

Christine é uma brasileira de São Paulo que mudou-se para Shanghai em Janeiro de 2009. Descobriu sua paixão pela escrita e pesquisas sobre a cultura chinesa, ao iniciar seu relatos sobre a China no  blog que criou em 2010. Seu blog é uma fonte de informação e busca constante pelas respostas às tantas questões que a China propõe ao estrangeiro que vive dentro das suas fronteiras.

Ela divide suas experiências de mais de 10 anos no site chinanaminhavida.com, além disso trabalha como voluntária na Baobei Foundation, e escreve mensalmente para o blog Brasileiras pelo mundo, outro blog que vale a pena conhecer.

Em sua formação, cursou o “MBA-China Business and Culture”, na Jiaotong University em Shanghai. Atua como palestrante sobre a Cultura Chinesa e presta assessoria para pessoas e empresas que vão para a China para turismo ou negócios. Você já imaginou que maravilha ir para a China e poder contar com uma brasileira para lhe mostrar a cidade.

Quem quiser saber mais sobre a China deve acessar o link http://chinanaminhavida.com. O blog tem história, cultura, curiosidades e muito mais, vale a pena ler. Leia o post dela transcrito na íntegra abaixo.

Parabéns Christine, você é daquelas profissionais que faz a vida valer a pena. Seu blog é  especial e sua escrita me encantou, dá até vontade de ir morar aí!

Novo post em China na minha vida

Livro: Viajando De Trem Através Da China

by Christine Marote
Mais uma dica de livro super interessante sobre a China: VIAJANDO DE TREM ATRAVÉS DA CHINA, de  Paul Theroux.
Cheguei nesse livro através da postagem de um amigo do facebook (que não conheço pessoalmente, apesar de sempre nos falarmos online por conta de que ele também temum blog, vive na China, essas coisas da vida com tecnologia, rs). Bom, o que me chamou atenção quando ele postou a foto do livro, foi o título. Porque sei que viajar de trem através da China é uma aventura hoje em dia, o que dirá alguns anos atrás. E para mim, título e capa ainda  conquistam, não tem jeito!
O Gilson me disse que o livro não era dele e que estava lendo numa biblioteca em São Paulo. E não sabia se eu iria gostar, pois havia lido algumas críticas que o classificava como ‘cansativo’. Pensei com meus botões, como um livro que conta sobre uma viagem de trem pela China pode ser cansativo? Mais um ponto para aguçar minha curiosidade.
Fui logo buscar na net e descobri em 2 cliques que estava esgotado. Mas cisma... sabe como é... No final consegui comprar num sebo online, pelo Mercado Livre. Pedi para enviar para casa dos meus pais, e nas férias de agosto, eles me entregaram quando nos encontramos no meio do caminho!
Bom, eu e minhas histórias para chegar ao assunto em si. Mas vamos lá...
A capa do livro.
A capa do livro.
O enredo
Essa foi uma resenha que encontrei no L&PM Blog, editores do livro, que resume muito bem a história:
‘Para compreender a China nada melhor que viajar de trem, como os chineses, como Paul Theroux, e descobrir de vapor as províncias da República Popular, do tórrido deserto de Gobi às cidades de gelo da fronteira siberiana, do litoral da China meridional aos confins do Tibete, subir, por exemplo, à bordo do Iron Rooster - Galo de Ferro - que leva quatro dias para chegar de Pequim à Ürümqi, no extremo oeste. Paul Theroux, viajante insaciável, nos faz descobrir uma China surpreendente, ainda mais exótica do que se poderia imaginar, tão jovem e impetuosa quanto sua população, tão velha e arcaica quanto a Grande Muralha, rica tanto em estudantes entusiasmados com Coca-Cola quanto em monges tibetanos portadores de verdades nem sempre bem recebidas... Paul Theroux nasceu em Medford, Massachusetts, em 1941, e publicou sua primeira novela, Waldo, em 1967. Passou cinco anos na África e três anos como professor na Universidade de Singapura.’
Mas para mim, o interessante disso tudo, foi constatar, mais uma vez, como a China cresceu rápido demais, as coisas mudaram assim, num piscar de olhos, principalmente porque falamos de um país, uma cultura, uma sociedade. O livro foi publicado em 1995, mas a viagem aconteceu em 1986. Estamos há quase 30 anos dos fatos descritos, e isso é muito pouco para a transformação que aconteceu na China.
Por outro lado, na questão da cultura, da sociedade, fica claro que a mudança foi bem mais lenta. Algumas atitudes, hábitos, costumes, tão estranhos aos ocidentais, ainda persistem, mesmo tendo trocado os pesados trens à vapor pelos trens mais velozes que se pode encontrar no mundo. Outro ponto interessante é a relação do povo chinês com a história milenar da China, com a confusão da abertura, com o partido, com a figura de Mao, de Deng Xiaoping,  onde ninguém sabia ao certo qual seria o caminho a seguir, nessa época ainda estavam com um pé lá e outro cá, não era para menos.
Ele cruza a China por locais que eu já conheci no presente e por outros que acho que nunca vou passar. Para minha tristeza não gostou de Shanghai! Mas ele não é do tipo urbano e, sinceramente, se ele já não gostou naquela época, agora iria detestar!rs
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Ele entra na China já de trem pela Europa, atravessa a Rússia pelo Transiberiano e segue sua viagem pela linha mais escura.
E como foi a leitura?
Vou ter que concordar com o Gilson e dizer: o livro é cansativo. Mas de uma maneira que se torna dúbia, pois a leitura não é chata. Muito pelo contrário. As descrições minuciosas que o autor faz não só das paisagens, mas das pessoas que cruzam seu caminho, das situações que passa, chegam a ser engraçadas. Dei boas risadas imaginando as cenas, principalmente porque já conheço muito dessa cultura e aí dá aquela sensação, aquela vontade de dizer para o autor: ‘te endendo perfeitamente’.
Mesmo assim o livro é cansativo. Sou uma leitora voraz, um livro de 500 páginas não dura mais do que uma semana nas minhas mãos. Esse durou 40 dias. E isso porque quando entrei no último capítulo, queria muito acabar com essa saga entre eu e o livro e decidi que leria até a ultima linha naquele dia!
Um alívio, sem duvida, mas sabem que estou com saudades das aventuras de Paul Theroux? Isso só mostra que o livro é bom, nos cativa.
Por isso recomendo a leitura. Você não vai se arrepender.
E mais uma coisa, para quem aceitar o desafio de encarar essa viagem: por mais estranho que possa parecer, as descrições que ele faz das viagens, pessoas, lugares são extremamente realistas. Fatos que víamos, e ainda vemos em alguns casos, todos os dias por aqui!
E aí? Se animou? Conte para gente depois que ler. Se já leu, deixe seu relato aqui.
Zài Jián!