Odete Soares Rangel
A Serra do Rio do Rastro tem
aproximadamente 12 km de extensão preenchidos por curvas encravadas na rocha, a
1460 metros de altura, na Serra Geral. Ao que se sabe essa trilha fora marcada
pelas patas das tropas conduzidas do Rio Grande do Sul para São Paulo. São 283
curvas situadas em apenas 10 km da rodovia que liga o litoral ao pico de uma
montanha.
Ela (única brasileira) está despontando como uma das
favoritas, entre as 14 selecionadas, numa votação que pretende eleger a estrada
mais surpreendente do planeta. A matéria é notícia no Diário Catarinense deste
domingo, nas páginas 4, 5 e 8.
Você vota em todas as 14, porém
atribuindo notas de 1 a 5 a cada uma. Na sexta-feira, a Serra do Rio do Rastro
estava com mais de 17 mil pontos, a Ponte de Storseisundet, na estrada do
Atlântico, na Noruega estava em segundo lugar com mais de 5 mil pontos. Em terceiro, estava o Túnel Guoliang,
na China com menos de 5 mil pontos.
A serra foi pavimentada há 25
anos e liga os municípios de Lauro Müller (pé da montanha) a Bom Jardim da
Serra (alto).
A estrada atual SC 438, que no
tempo dos tropeiros era uma picada, teve início na década de 50, pelo então
governador Irineu Bornhausen, razão porque foi batizada com esse mesmo nome.
No
período da Revolução Farroupilha (1835 a 1845) a estrada foi rota de fuga de
Giuseppe e Anita Garibaldi e seus companheiros.
A pavimentação da Serra do Rio do
Rastro duros 2 anos ( novembro de 1984-1986) e foi executada no primeiro
governo de Esperidião Amin, com a colaboração generosa da Associação Brasileira
de Cimento Portland que doou 3 mil toneladas de cimento para a obra.
O leito da estrada de chão batido
recebeu uma submassa de argamassa de cimento, e depois 2160 placas de concreto
de cimento (6 X 3 m), com 30 cm de espessura e fissuras iguais às de pistas de
aeroporto. Os muros de proteção foram
realizados com concreto armado.
Lendas do lugar contadas por
Varlei Mariot
1. A mais popular dá conta da
existência de um homem que, à noite, fica na boca da serra pedindo carona.
Quando algum veículo para, ele entra e, no meio do percurso desaparece.
2. Outra é o de uma suposta
panela cheia de ouro escondida na montanha pelos jesuítas, na metade do séc.
XVIII. Muitos homens diziam as suas famílias que iam caçar na serra quando, na
realidade, saiam em busca do ouro. Alguns não retornavam para a casa. A
explicação pode ser encontrada na mística de uma maldição lançada sobre quem
encontrasse o tesouro e revelasse a alguém. Esse seria castigado com a morte.
Creio que agora você já conhece um pouco sobre a Serra do Rio do
Rastro e já tem vontade de desbravá-la. A maioria das pessoas a considera um
espetáculo da natureza. Eu concordo, mas percorrer o trajeto pode levar o
expectador ao êxtase ou ao pavor, dependendo da coragem e espírito de aventura
que possua. Mas vale a pena!