domingo, 16 de outubro de 2011

Turismo Sustentável

Odete Soares Rangel


A conceituação de desenvolvimento sustentável abrange, na atualidade, um amplo leque de atividades humanas, interdependentes e complementares, como a sustentabilidade social e cultural, ecológica, ambiental, econômica e política.

Desenvolvimento sustentável no conceito da Comissão Mundial do Meio Ambiente da Assembleia Geral das Nações Unidas é o "que satisfaz as necessidades da atualidade sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer as suas ".

Nessas condições, o magno problema mundial da pobreza e da miséria que aflige os maiores segmentos da humanidade e cuja solução ou minoração desafia critérios de sustentabilidade, não pode ser trabalhado isoladamente, mas associado, entre outras, à questão ambiental e ecológica, com a qual também interage.

Inegavelmente, ligado à aludida questão, o turismo constitui mundialmente um dos fatores econômicos mais importantes a partir de segunda metade do século XX, tendo gerado 192 milhões de novos empregos e faturado 4,5 trilhões de dólares, em 1999.

A falta de planejamento e gestão do turismo, em bases sustentáveis, têm sido porém, infelizmente,  a causa negativa de forte impacto ambiental, pondo em cheque a vida social, cultural e econômica das comunidades receptoras e a conservação de seu patrimônio ambiental.

Visando a exploração do potencial turístico do meio ambiente local para fins meramente  comerciais e de lucro imediato, sem se preocuparem com a qualidade de vida das populações das comunidades receptoras, as empresas turísticas privadas são geralmente acusadas de produzirem impacto socioambiental negativo com os serviços e atividades que prestam direta ou indiretamente ao turismo, principalmente no turismo de massa.

O turismo responsável, planejado e sustentável gera empregos locais, diretos e indiretos, estimula e desenvolve indústrias domésticas lucrativas como hotéis, pousadas, restaurantes e lanchonetes, artesanato, transporte, comunicação e outras infraestruturas básicas, serviço de guias locais, assegurando um desenvolvimento local que não sobrecarrega a capacidade do ecossistema e melhora a qualidade de vida das populações ali fixadas, com uma distribuição mais justa de custos e benefícios.

Ao invés de trilhas desrespeitadas e suas consequências, o turismo sustentável oferece ao visitante maior satisfação pela qualidade das experiências turísticas desfrutadas e melhor atendimento às suas necessidades, através de serviços bem organizados. E as comunidades locais a boa manutenção do seu patrimônio ambiental, relevante para a sua história, memória coletiva e identidade, de tal modo que seus habitantes saibam quem são e de onde vêm, o que alimenta sua autoestima, estimula suas tradições, hábitos, costumes, culturas e valores.

Via de consequência, por corresponder aos direitos e anseio de liberdade do ser humano e transcorrer num clima de respeito às diferenças culturais e ao meio ambiente, o turismo sustentável concorre para o advento da paz social no mundo, criando laços de harmonia entre os povos, além de contribuir para o fortalecimento da economia, gerando renda e emprego.

Seja como for, da abordagem supra de vários aspectos do tema, restou evidenciado o impacto socioambiental  causado pela chamada indústria sem chaminés, se praticada sem os fundamentos da sustentabilidade.

O planejamento e monitoramento de um turismo assim sustentável, com a gestão participativa das comunidades locais, poderá beneficiá-las, ensejando distribuição mais justa dos respectivos resultados, além de propiciar a conservação do patrimônio ambiental para as gerações futuras. 

Filho, Álvaro Wandelli, FRC. Salvemos nosso Lar Planetário. In: O Rosacruz. Curitiba: Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis - AMORC. ed. 250, 4º  trimestre de 2004. Anexo nº 2, p. 14

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